sábado, 20 de julho de 2013

EU ESTAVA LÁ... PERIPÉCIAS DE UMA BRASILEIRA EM OUTROS PAÍSES (5.ª parte)

Como eu disse na 4.ª parte desse relato, foram momentos complicados, mas que se dissiparam pelo que estava por vir. Nada poderia tirar o brilho do tão esperado. Em cima das montanhas, eu vi a primeira poça d'água gelificada! Só isso quase me encheu os olhos de lágrimas. Eu veria neve pela primeira vez na minha vida! Quando em Curitiba nevou, 1975, eu não lembrava, era muito pequena. Agora eu teria a oportunidade de presenciar esse fenômeno da água em estado sólido tão de perto. Sabe quando você assiste a filmes que aparece a imensidão do gelo, pessoas de casacos, carros limpando as ruas, você sabe que existe, mas não tem a dimensão. Eu sou igual a Tomé! Preciso ver para fazer sentido! Aos poucos a paisagem foi modificando. O ônibus em que viajávamos, percorreu uma longa estrada, reta que parecia não ter fim (aliás as estradas na Argentina, nessa parte pelo menos, são infindas, retas). A noite veio, dormimos sem poder enxergar a paisagem e fomos acordados às 5 e meia da manhã com a seguinte mensagem: "Pessoal, acordem. Vocês precisam ver a paisagem deslumbrante lá fora!" Olhei a janela ainda toda molhada pelo sereno e vi! As Cordilheiras, imponentes, maravilhosas ao fundo. Ainda estava escuro, mas dava para ver claramente o pico branco das montanhas. Fui uma das primeiras a saltar do ônibus quando este parou. O nascer do sol começava e uma das visões mais lindas estavam ali a minha frente. Com máquina na mão quis eternizar este momento, porém o que ficou gravado foi a emoção na minha mente. Não existem palavras para descrever. Eu sussurrei: 'que lindo'! E realmente, era perfeito!







Atravessamos a aduana Chilena. A experiência com a neve, a paisagem deslumbrante deu lugar àqueles policiais, fazendo seu trabalho claro, perguntando-nos tudo e revistando nossas bolsas. Estávamos entrando em território chileno!

 







EU ESTAVA LÁ... PERIPÉCIAS DE UMA BRASILEIRA EM OUTROS PAÍSES (4.ª parte)

Chegamos às Salinas. Aquela branquidão sem fim, entrecortada pela estrada, ao mesmo tempo maravilhava e doía os olhos. Depois saímos dali para voltarmos por Jujuy e pegarmos a Cordilheira do outro lado. Nesse ínterim,  algumas pessoas - e por isso entenda-se praticamente toda a tripulação -  passaram mal, com vertigens, desmaios, ânsia de vômito, pressão baixíssima. Mas tudo foi controlado, graças a enfermeiros que viajavam conosco e às folhinhas de coca.







A parte mais esperada ainda estava por vir! Tudo valia a pena!  

EU ESTIVE LÁ... PERIPÉCIAS DE UMA BRASILEIRA EM OUTROS PAÍSES (3.ª parte)

Estávamos praticamente no pé das Cordilheiras, rumo ao Atacama. As curvas começam a aparecer. Os cactos. Muitos deles pelas encostas das montanhas, beira das estradas. Os animais típicos da região, os povos típicos. Mesmo sabendo que não fazíamos parte daquele cenário, só estávamos de passagem, senti-me inserida por aquela paisagem. Era como se eu pertencera àquele lugar muito antes de eu me imaginar visitando-o. Foi uma espécie de nostalgia antecipada futurística. Tudo bem, não dá para entender mesmo. É que nessa parte da viagem, a altitude começa a fazer efeito. Alguns caminhoneiros na parada em Punamarca, aconselharam-nos a não ir pelo Paso de Jama, pois estaria fechado, por conta da neve nas Cordilheiras. Mas queríamos tentar! E também queríamos conhecer as salinas. Eles também nos aconselharam a mascar coca, a folha de coca, para que não passássemos mal lá em cima. Tínhamos apenas começado a subir e alguns já começavam a sentir o efeito das curvas e da altitude. Alguns resistiram a folha de coca, medo, preconceito, entre outros, mas o fato é que a folhinha ajudava realmente o organismo na adaptação da nova realidade que enfrentávamos. O caminho magnífico arrancava suspiro de toda a galera da excursão (éramos em 40 pessoas). A cada paisagem percebíamos o quão pequenos somos e quão maravilhoso o mundo é! Chegamos a marca de 4.500 de altitude e então nos deparamos com a confirmação na estrada de que deveríamos ir pelas Cordilheiras, pela parte da Argentina, Los Libertadores, pois o Paso de Jama estava realmente interditado. Pensei nos gêiseres, nos vulcões que não veria, mas tudo ainda valia a pena.







EU ESTIVE LÁ... PERIPÉCIAS DE UMA BRASILEIRA EM OUTROS PAÍSES (2.ª parte)

Bom, conhecemos uma igrejinha em San Salvador de Jujuy, Iglesia de Dios, e depois partimos rumo às Cordilheiras pelo Paso de Jama, rumo a San Pedro de Atacama. Trecho maravilhoso. Antes de começarmos a subir propriamente pelas curvas de Jujuy, paramos em uma cidadezinha, Punamarca, Cerro de Los Siete Colores. Na entrada da cidade, percebia-se as casas típicas, feitas de barro e ao fundo as montanhas coloridas, despontando magníficas. A cidadezinha vive de venda de artesanatos e além das várias lojinhas nas ruelas, distribuíam-se por toda cidade feirinhas e comerciantes indígenas. Tudo encanta! A gente de lá e as montanhas. A antiguidade do local parece querer falar conosco. A igrejinha antiga dos jesuítas, o órgão em um canto empoeirado, as árvores mais antigas que já conheci, datam de mais de 700 anos (setecentos) e as majestosas montanhas que nos convidam para vê-las mais de perto. Até aí eu já estava impressionada! Tudo encanta de uma forma que chega a emocionar.







EU ESTIVE LÁ... PERIPÉCIAS DE UMA BRASILEIRA EM OUTROS PAÍSES (1.ª parte)

um relato de viagens por lugares interessantes!

Primeira parada: Aeroporto de Foz do Iguaçu. Depois de muitas turbulências em um curto caminho, chegamos a Foz de Iguaçu-PR, onde o ônibus do pessoal da Igreja de Deus de Rondon, estava a nossa espera. A turbulência foi a marca nesse trecho! Nunca senti tanto medo e arrepio nas subidas e descidas repentinas que o piloto fazia na aeronave. Cheguei a pensar em arrependimento - não de pecados, embora pedi perdão e entreguei minha alma - por ter comprado passagem de avião e não por ter ido por terra. Depois de falar várias vezes a mim mesma que os acidentes mais comuns e que matam tantas pessoas não é o aéreo, consegui me acalmar. Suspirei! Estávamos sendo comunicados de que logo estaríamos em solo firme. Agora era pegar as malas, encontrar o pessoal e seguir viagem rumo à Argentina e ao Chile!


Depois de passarmos na fronteira Brasil-Argentina, adentrarmos e sairmos de várias cidadezinhas na Argentina, paradas em postos, fazer comida na estrada, chegamos a San Salvador de Jujuy e visitamos Salta - La Linda. O nome lhe faz jus. É uma província importante do noroeste argentino. Fica localizada a leste das Cordilheiras dos Andes. Sua principal atração é o teleférico gigante que passa por toda a cidade. A vista lá de cima foi impressionante! Alguns ficam com medo, mas vale a pena.