Ela ficou assim frente a frente...
No início era estranho olhar para aquele rosto sem
maquiagens, boca sem batom. Mas o que mais impressionou-lhe foi o olhar:
vazio, como se enxergasse ao longe algo que a outra não poderia enxergar. Ela
começa a admitir para a outra parada ali, que tentou seguir o conselho que
vinha do coração. Numa das janelas que ela o vira, imediatamente dirigiu-se até
lá e soltou a plenos pulmões a sua frase favorita: "por menos que você faça e por menos que eu queira, vou
amá-lo para sempre!"
A outra ficou admirando-a. Enquanto falava as lágrimas
escorriam. Não que fosse perguntar o motivo, até por que ela falava, como se há
muito não contasse seus segredos a ninguém.
Ela não ficara para ver a reação do passante na janela.
Simplesmente desaparecera. Outras vezes ela esperaria por uma resposta. Algumas
vezes recebera o silêncio ou monossílabos como se sua presença fosse incomoda naquele
momento. E talvez fosse mesmo. O que ela queria? Entregava de alma seus
segredos e o que a outra poderia modificar?
Durou um período de silêncio... longo tempo aliás...
Ela se foi e a outra entrou. Fechou a janela para não ter
nenhuma vontade...
Talvez seja hora de ir para a cama e sonhar com o que fazer
amanhã...
(Alde Maller/2009)
"DEIXA EU DIZER PRAS PAREDES, COISAS DO MEU
CORAÇÃO..."
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