quinta-feira, 26 de maio de 2011

THE LOST THING


Geralmente quando andamos na rua e nos deparamos com pessoas de atitudes 'estranhas', vestimentas 'estranhas', jeito 'estranho' automaticamente nossa atenção volta-se mais de uma vez para a 'figura estrambótica'. No filme "The Lost Thing" - A COISA PERDIDA - que ganhou o oscar de Melhor Curta de Animação, conferido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, acontece exatamente o contrário. As coisas que deveriam chamar a atenção, passam despercebidas. O curta tem 15 minutos apenas (bem curto) mas é grandioso!É uma adaptação do livro "Lost & Found" do autor e ilustrador Shaun Tan.


A obra animada é sobre um menino que ao procurar por tampas de garrafas na praia, encontra uma criatura estranha, muito estranha,meio bicho, meio máquina. É narrado em primeira pessoa. Surpreende pela originalidade e qualidade. Embora pareça ser uma história simples e infantil, é no decorrer da trama que descobre-se que o público a que se destina é o adulto. O fato da frieza com que a sociedade trata aquilo que lhé é 'diferente' com indiferença fica claro ao longo do curta. Em um momento da animação o menino e a 'coisa' estão contrários à correnteza. E ninguém, apesar do aspecto nada convencional e até assustador da 'coisa', presta atenção ou para para questionar o que é 'aquilo'.



Só o menino age de forma diferente... Ele de uma certa forma simpatiza-se e até identifica-se com a coisa no momento em que a conhece. Ele passa despercebido pela sociedade que o cerca, a única que presta atenção é a estranha criatura. A 'coisa', como ele passa a chamá-la, aproxima-se dele contextualizando através de uma bola de futebol. Ele sente-se responsável por achar um lugar onde a estranha criatura possa ficar já que em sua casa é proibido pelos pais a deixar aquela coisa passar a noite.



A 'coisa' revela-se com uma certa inocência ao menino e uma ingenuidade cativante. A confiança e a amizade que dedica ao menino é impressionante. Dá a impressão de que o menino ao tentar achar um lugar em que aquela criatura pertença, acaba por descobrir um mundo que antes ele não conhecia. E a percepção que ele tem de que talvez não haja tanta coisa perdida mais nesse mundo onde ninguém presta atenção em nada, acaba por fazer a revelação da história: coisas estranhas não aparecem com tanta frequência ou 'talvez simplesmente tenha parado de percebê-las, ocupado demais fazendo outras coisas..."



Sensacional!

Nenhum comentário: