sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CABANA OU BARRACO?




“Esta história deve ser lida como se fosse uma oração – a melhor forma de oração, cheia de ternura, amor, transparência e surpresas...”
A dica não é minha. Esta citação pertence ao americano, cantor e compositor Michael W. Smith, sobre o livro “A Cabana” de William P. Young, que ficou por vários meses em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos, inclusive no Brasil. Aliás, um livro surpreendente desde a primeira página. Discussões teológicas à parte – é apenas um livro de ficção – a história faz o leitor refletir profundamente e retroceder em áreas que necessariamente não gostamos que sejam tocadas, ou seja, no lugar onde nós seres humanos nos escondemos dentro dos nossos traumas, medos e decepções; sejam elas antigas ou recentes.
Muitas interpretações, lições podem ser tiradas a partir dessa leitura. Mas o enfoque que mais me chamou a atenção foi o fato de que “A Cabana” pode ser interpretada como se fosse “Eu”. Na capa, a imagem de uma cabana desajeitada, velha, caindo aos pedaços, toda remendada, em princípio me desgostou, afinal uma “cabana branca, com quintal e uma janela só para ver o sol nascer” faz parte dos meus sonhos e planos. A palavra em si para mim tem um significado de simplicidade. Porém, no decorrer da história, senti-me como uma cabana meio sem vida, aparentemente abandonada e que necessitava urgentemente de reparos, exatamente como no desenho da capa.
Enquanto lia, os versículos em Apocalipse 2:2-5 ecoavam em minha mente, especialmente o trecho: “... tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor...” E na busca pelo significado da palavra “arrefecer” do velho e bom dicionário encontrei: “Fazer perder (zelo, fervor, entusiasmo, energia, etc.); desanimar”. A personificação daquela cabana cabia perfeitamente a mim. Pior, tive a sensação que em alguns aspectos eu estava um verdadeiro barraco.
A esperança para mim foi que ao final da leitura fictícia, voltei-me para a Palavra de Deus que me garantia mudanças: “... Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras…”
Na história de Mack, personagem principal de “A Cabana”, Deus manda-lhe um recado bem íntimo e amoroso para que O encontre. Tomei a liberdade de parafrasear, na certeza de que Deus falou comigo, usando uma história imaginária para a realidade da minha vida:


“Filha...


já faz um tempo. Senti sua falta.
Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar.
Papai”


Você, caro leitor, não precisa ler “A Cabana” para se encontrar com Deus ou ter a vida transformada, mas de uma coisa tenho certeza: Deus quer que tenhamos um encontro real, íntimo e renovador com Ele todos os dias. Alguns nunca O encontraram; outros, como eu, perderam um pouco do entusiasmo do primeiro amor e deixaram-se acomodar pelas situações do cotidiano. De qualquer forma, tanto “alguns” como “outros” necessitam da presença transformadora do Senhor em suas vidas.

(Alde Maller)

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